O licuri (Syagrus coronata), é uma palmeira abundante no município de Campo Formoso, especialmente na Região das Grotas e nos Tabuleiros, mede de 8 m a 11 m. Tendo folhas com mais ou menos 3 m de comprimento, pinadas de pecíolo longo com bainha. Possui grande potencial alimentício, ornamental e forrageiro.
Os cachos do licuri têm em média 1.350 frutos, os quais têm em média dois centímetros. Os frutos são amêndoas, e são utilizados na indústria alimentícia para diversos produtos, como também consumido in natura. As amêndoas têm grande quantidade de óleo, variando em torno de 40%, similar ao óleo de coco, utilizado para a fabricação de sabão e azeite, e o subproduto, originado da prensa dessas amêndoas, na torta do licuri, usada na alimentação animal.
O fruto também é utilizado para fabricação de cocadas, licores, e o leite de licuri. Na polpa do licuri estão os minerais cálcio, magnésio, cobre e zinco e, na amêndoa, cálcio, magnésio, zinco, ferro, maganês e selênio. Na análise nutricional dos frutos do licuri, merece destaque o teor de lipídeos (49,2%) e de proteínas (11,5%) da amêndoa e o teor de carboidratos totais (13,2%) da polpa dos frutos.
As fibras e a casca dos frutos podem ser aproveitadas como fonte energética, como suporte para despoluição de efluentes e para trabalhos artesanais. As suas fibras são matéria-prima para a confecção fabricação de vassouras, abanadores, medicinal, construção assim como na amarração de grande diversidade de produtos e objetos. Das folhas se extrai cera, muito utilizada na fabricação de diversos produtos.
Na zona dos Tabuleiros, as mulheres trabalham com a palha do licuri produzindo chapéus, vassouras e esteiras, a fim de garantir uma renda mínima para sua sobrevivência. A continuidade desta atividade é importante para a manutenção dos licurizeiros, os quais estão sendo eliminados com os constantes desmatamentos.
Esta palmeira suporta as secas prolongadas, conseguindo florescer e frutificar por um longo período do ano, atraindo e segurando o homem em regiões inóspitas. Idosos costumam mencionar o uso do licuri como alternativa de sobrevivência durante a Seca de 1932. Além dos frutos comiam o “Bró”, uma espécie de massa que era extraída do caule dos licurizeiros. O processo de extração do "Bró" era árduo, cortavam a casca grossa do caule do licuri, levavam esse caule para uma laje de pedra, batiam-no até extraírem uma massa, peneiravam-na e assavam no forno da casa de farinha. Era uma farinha vermelha muito usada para fazer cuscuz.
A otimização do uso dessa palmeira, certamente contribuirá para melhoria da qualidade de vida da população, no entanto, a falta de políticas agrícolas e de informação da população do semi-árido tem levado ao declínio da cultura do licuri, o que é lastimável, pois o licurizeiro apresenta grande importância nos municípios onde se encontra, pois representa fonte de renda para a população.
REFERÊNCIAS
Licuri. (Syagrus coronata) Cícera Izabel Ramalho. Disponível em: http://www.cca.ufpb.br/lavouraxerofila/pdf/licuri.pdf. Acesso em 16 de agosto de 2014.
Licuri. Disponível em: http://www.cerratinga.org.br/licuri/. Acesso em 16 de agosto de 2014.
Licuri como fonte energética e Alimentícia. Disponível em:
http://www.ifba.edu.br/downloads/Projeto_Licuri.pdf. Acesso em 16 de agosto de 2014.