I. Distrito de Poços
O Povoado de Poços foi elevado à
condição de Distrito Judiciário em 21 e maio de 2008 mediante Lei de Reforma do
Judiciário da Bahia, publicada no Diário Oficial do Estado no dia 23 de maio de
2008.
O inicio da povoação se deu quando
caçadores encontraram no local água e terras férteis. Tais atrativos fizeram
com que esses aventureiros se estabelecessem no local. Dentre eles destaca-se a
figura de João Ricardo Liro que construiu a primeira casa do povoado. Outra
versão diz que o primeiro morador foi o senhor João Dourado que veio do Povoado
de Brejo Grande. A primeira igreja do local foi construída em 1911, assim como
as demais casas daquela época era de taipa.
O nome Poços deriva de um alagadiço que
se encontrava próximo a uma vereda que ligava o povoado de Caraíbas a Campo
Formoso. Era denominado Poço D’Antas pelo fato de ser procurado por antas para
beberem água e se refrescarem em sua lama. Naqueles momentos caçadores de
Caraíbas aproveitavam a oportunidade para matá-las. Depois, passou a ser
conhecido simplesmente como Poços. A quem afirme que o povoado recebeu esse
nome em função da ocorrência de muitos poços nos arredores do povoado.
Naquela época a base da economia era a
agricultura da mandioca, do milho e do feijão. A pecuária era voltada à criação
de bovinos, suínos e aves. Produziam farinha de mandioca e azeite de
mamona. A partir de 19 de julho de 1936 a feira livre deu impulso a
economia local, ao lado dela surgiu a primeira farmácia, os bares, lojas de
tecidos e os primeiros depósitos de compra de mamona e licuri. Houve desânimo
quanto à continuidade da feira livre, entretanto, os comerciantes locais
passaram a comprar o que sobrava da mesma, permitindo assim a sua continuidade.
A feira se desenvolveu, e, em 1942 foi transferida para a Praça Santos Dumont,
onde permanece até hoje. Na feira vendiam-se doces, cereais, carnes e produtos
agrícolas.
Os meios de transporte eram basicamente
jumentos, burros e cavalos para montaria. Com o passar do tempo vieram
bicicletas, símbolo do poder econômico daquela época, algum tempo mais tarde,
automóveis, ônibus e caminhões.
O clima, a vegetação, a presença
de solos férteis aliados a condições históricas favoreceram a fixação e o
crescimento populacional de Poços. De acordo com o censo do IBGE, em 2010 o
povoado tinha 3.753 habitantes, sendo dessa forma a maior povoação do
município. Essa população cresce a cada ano mesmo sofrendo os efeitos da
emigração. Não são poucos os que deixaram a sua terra a procura de melhores condições
de vida em grandes centros do Brasil, em especial a cidade de São Paulo.
As manifestações culturais dessa
localidade são a quadrilha, a vaquejada, o pau de sebo, o ramo, o reisado
masculino e feminino, o bumba-meu-boi, a queima do Judas, o forró pé de serra,
o saltar fogueiras, as rodas de samba, o soltar balões, as comidas típicas,
entre outras. A maior parte dessas manifestações está presente na memória do
povo, principalmente dos mais idosos constituindo elementos importantes para o
estudo do comportamento da sociedade deste povoado.
A vida econômica da população
baseia-se na agricultura, pecuária, prestação de serviços às empresas presentes
na sede do município e nas áreas de exploração mineral. Vale salientar que boa
parte dos habitantes desse povoado consiste de aposentados. Na comunidade foram
fundadas algumas associações, merece destaque a Associação Comunitária de
Poços.
O Distrito de Poços situa-se nas
proximidades da Serra da Jacobina a 8 km da cidade de Campo Formoso. Esta
localizado nas coordenadas 10º30’16” de latitude Sul e 40º23’48” de
longitude Oeste. Nas imediações do povoado há pequenas elevações que a
população local chama de morros. Circundando essas elevações há pequenos vales
onde há brejos e riachos temporários. Os morros mais próximos ao povoado foram
nomeados pela população local com os nomes de Morro do Salomão, Morro Antonio
do Gino e Morro do Urubu.
A comunidade está numa zona denominada
Zona das grotas ou Serrana, onde havia uma abundante floresta estacional decidual,
vegetação arbórea densa com árvores de grande porte, talvez um prolongamento da
Mata Atlântica. Essa formação vegetal foi aos poucos desaparecendo para dar
lugar para a criação de gado e à agricultura de subsistência.
A Floresta Estacional Decidual é preservada
em alguns fragmentos de mata presentes nos Morros. Nesses locais ainda existem
exemplares de árvores de grande porte como o amargoso, a maçaranduba, o
pau-ferro, o ipê roxo e amarelo, a peroba e a catuaba. Nas demais áreas há
pequenos fragmentos de caatinga arbórea. Nas áreas onde ocorreram desmatamentos
há um predomínio de uma vegetação herbáceo-arbustiva denominada capoeira.
O Distrito está posicionado no granito de Campo
Formoso. Os solos apresentam boas condições
físicas e de fertilidade. Próximo a comunidade, na
parte ocidental da Serra de Jacobina, ocorre o Complexo Máfico-Ultramáfíco
Estratiforme de Campo Formoso, conhecido por conter importantes mineralizações
de cromo, as maiores da América Latina.
O sistema hidrológico de Poços é
drenado pela Bacia do Rio Itapicuru. É constituído por vários riachos que têm
suas nascentes em brejos. Esses riachos
deságuam no maior riacho que corta o povoado de Poços, o Riacho da Fortuna. No
percurso desses há um número considerável lagoas cacimbas e pequenas barragens.
Tem grande valor histórico O Poço D’Antas, A Lagoa de Poços, A Cacimba do
Mendes, a Cacimba do Sacramento, a Cacimba do Tibério e a Lagoa do Rio da
Ponte.
Apesar de estar inserido no Polígono das Secas do
Nordeste brasileiro, Poços situa-se na região onde o clima é mais ameno com
variações que vão do subúmido a seco, com os totais pluviométricos que podem
atingir até 900 mm. Isso ocorre devido a influência do domínio montanhoso da
Serra da Jacobina. O período mais chuvoso vai de maio a julho, quando ocorrem
as chuvas de inverno. De janeiro a março acontecem às chuvas de trovoadas,
período de ocorrência de trovões, relâmpagos e ventos mais fortes.
O mês mais frio é julho, enquanto os
meses mais quentes são novembro, dezembro e janeiro. Os ventos têm direção
predominante Sudeste durante todo o ano. Quando ocorrem chuvas de trovoadas os
ventos têm direção Norte. O mês mais seco é outubro e o mais úmido é junho.
II. Povoado de Tiquara
O povoado de Tiquara situa-se a 27 km da sede do município de Campo Formoso, foi habitado por índios da tribo dos Galaches, da grande família dos Secariquequens. É provável que o primeiro contato dos brancos com esses índios foi feito durante a exploração das jazidas de salitre descoberto em 1671 por Bento Surrel. É considerado como fundador do povoado Pedro santos, que lá chegou em 1905. No local sua mãe encontrou uma nascente de água a qual denominou de Buraco D’Água, que passou a ser o primeiro nome do povoado.
O povoado de Tiquara situa-se a 27 km da sede do município de Campo Formoso, foi habitado por índios da tribo dos Galaches, da grande família dos Secariquequens. É provável que o primeiro contato dos brancos com esses índios foi feito durante a exploração das jazidas de salitre descoberto em 1671 por Bento Surrel. É considerado como fundador do povoado Pedro santos, que lá chegou em 1905. No local sua mãe encontrou uma nascente de água a qual denominou de Buraco D’Água, que passou a ser o primeiro nome do povoado.
De acordo com dados do IBGE, em 2010, o
povoado tinha 2.005 habitantes. A maior parte desta sobrevive graças à cultura
do sisal. Em períodos de estiagem prolongada boa parte da população procura
outras áreas agrícolas do Brasil ou grandes centros urbanos para trabalharem,
com isso há um decréscimo considerável na população local.
Para reverter esta situação é
necessária a implantação de projetos visando à organização dos pequenos
agricultores e a melhoria das condições locais de produção e comercialização do
sisal e de outros produtos agropecuários, e, conseqüentemente, melhorar as
condições de vida da população envolvida nestas atividades. Com isso poderá
haver redução dos índices de emigração, em face às melhores perspectivas de
vida digna.
A região de Tiquara é responsável pela
maior parte da produção de sisal do mundo, porém a maior parte dos sisaleiros
vive em condição de miséria. A maior parte da população é constituída de
pequenos proprietários rurais, utilizam basicamente a mão-de-obra familiar no
processo produtivo, sobrevivem da produção e extração da fibra do sisal, da
criação de caprinos, ovinos e da agricultura de subsistência (plantio de milho,
feijão e mandioca). Já os Médios e grandes proprietários rurais se dedicam à
criação do gado bovino de forma extensiva e do plantio de culturas irrigadas
como o tomate.
O
sisal, ou agave, é uma planta originária do México, adaptada ao semi-árido e resistente
às secas, e que gera a mais importante fibra dura do mundo. É uma importante fibra dura no comércio mundial. A cultura do
sisal destaca-se pela capacidade de geração de empregos, por meio de uma cadeia
de serviços que abrange, desde os trabalhos de manutenção das lavouras
(baseados na mão-de-obra familiar), a extração e o processamento da fibra para
o beneficiamento, até as atividades de industrialização de diversos produtos,
bem como seu uso para fins artesanais.
O segmento do sisal é intensivo em de
mão-de-obra em todas as fases de implantação, manutenção, colheita e
desfibramento. Além do contingente de mão-de-obra diretamente ocupado na
atividade sisaleira, grande número de outras pessoas é dependente dessa cultura
ainda no setor primário, bem como no secundário e terciário. Pertencem a essas
categorias os proprietários sitiantes, os fazendeiros que exploram o sisal, os
fazendeiros administradores, os fazendeiros ausentes e os demais agentes da
produção que estão nos outros setores da economia (beneficiadores, industriais
e exportadores).
Em Campo Formoso as primeiras mudas de
sisal chegaram em 1942, e foram plantadas próximo à gruta "Toca da Onça”
em Tiquara. Daí a lavoura espalhou-se pelos campos de Brejão da Caatinga, Lagoa
Branca, região do Salitre, Olhos d' Água, Belas, Lajes e toda a região de
caatinga do interior do Município. Tão importante tornou-se o sisal em Campo
Formoso que sua silhueta tornou-se um símbolo incorporado à bandeira do
Município quando fora oficializada.
No dia 11 de setembro de 1969, com o
Decreto nº 65.138, a Cia. de Cimento do São Francisco (CISAFRA) conseguiu o
direito de lavrar calcário e argila em Tiquara nos terrenos pertencentes a
Júlio Carneiro de Albuquerque Maranhão Filho, Elizeu J. da Silva, José Antunes
dos Santos, Artur Regis, Clovis Saback, Joaquim Benedito Gama, Francisco Gomes
da Silva, Jacob da Silva, numa área de quatrocentos e noventa e nove
hectares e sessenta e dois ares (499.62ha). Hoje, se encontram em processo de
lavra pela CIMPOR duas jazidas de calcário localizadas em Tiquara, com reservas
potenciais estimadas em 800 milhões de toneladas de calcário. Vale salientar
que a extração do calcário não gera impactos consideráveis para a economia da
localidade, é pequeno o número de pessoas da comunidade contratadas para
trabalhar na empresa.
O povoado de Tiquara situa-se numa
área propícia a ocorrência de cavernas. A mais conhecida no local é a Toca da Onça, localiza-se a 10º 24' 46" de latitude sul e 40º 24'
46" de longitude oeste. No seu interior há algumas pinturas rupestres que
foram estudadas pelo pesquisador Carlos Ott na década de 40. Nessa gruta houve
intensa exploração de salitre para fabricação de pólvora durante a 2ª guerra
mundial.
Estudos recentes publicados em um
artigo da Nature (MAIO/2012), uma conceituada revista científica, dão
enfoque a um pequeno invertebrado encontrado na Toca da Onça que é capaz de
depositar cristais de ferro em suas asas, único caso conhecido no planeta. A
descoberta foi feita pelo Prof. Rodrigo Lopes da Universidade Federal de Lavras
(UFLA). O animal foi coletado numa expedição da qual fez parte o campoformosense
e Biólogo André Vieira.
O povoado se encontra na Zona da
Caatinga com predominância de caatingas do tipo arbustivo-arbórea. O relevo
local é predominante plano, este se eleva a leste e a oeste. No local não há
rios ou riachos que mereçam destaque, sendo assim as águas são absorvidas para
o lençol freático devido ao alto poder de absorção do solo por ser uma área com
onde há grande ocorrência de dolinas (depressões no terreno).
O clima do local é o Semiárido,
cuja precipitação anual deve oscilar entre 500 mm e 600 mm. O período mais
chuvoso vai de janeiro a março quando acontecem às chuvas de trovoadas. O mês
mais frio é julho, enquanto os meses mais quentes são novembro, dezembro e
janeiro.
III. Povoado de Santo Antonio
O povoado de Santo Antonio é considerado a primeira povoação do município a ser habitado por povos não indígenas, é considerada “berço da civilização” de Campo Formoso. No local foi construída a primeira capela de Campo formoso, tempos depois a capela estava estragada e pequena demais para os fieis da região, então houve uma disputa entre dois fazendeiros sobre a nova localização da igreja. Sendo o fazendeiro de Campo Formoso mais rico conseguiu a construção para o alto do Monte Alecrim, local onde teve início a cidade de Campo Formoso.
O povoado de Santo Antonio é considerado a primeira povoação do município a ser habitado por povos não indígenas, é considerada “berço da civilização” de Campo Formoso. No local foi construída a primeira capela de Campo formoso, tempos depois a capela estava estragada e pequena demais para os fieis da região, então houve uma disputa entre dois fazendeiros sobre a nova localização da igreja. Sendo o fazendeiro de Campo Formoso mais rico conseguiu a construção para o alto do Monte Alecrim, local onde teve início a cidade de Campo Formoso.
Santo Antonio era ponto de apoio para
garimpeiros que iam à procura de ouro na Serra da Jacobina, o ouro foi
explorado numa velha mineração que fica próximo ao povoado. Na localidade
entrou em atividade uma das primeiras minas de cromita do Brasil, foi
registrada em 1935, sob o domínio do engenheiro de minas Máximo Mancambira
Montes Flores, que as deixou de herança aos filhos João Mancambira e sua
irmã. Em 1961, a Cia de Ferro Ligas da Bahia (FERBASA) arrendo a mina e
logo em seguida a comprou, dando início a lavra a partir de 1962.
De acordo com dados do IBGE, em 2010, o
povoado tinha 280 habitantes. Seus moradores sobrevivem graças à agricultura,
pecuária, ao comércio e a prestação de serviços às empresas que extraem o
cromo. A comunidade possui um grande potencial para a apicultura e
piscicultura. Na agricultura destacam-se as culturas de milho, feijão e a
mandioca.
A comunidade está encravada numa área de grotas com
um microclima peculiar, em um “pé de serra”. Essa área possui grande
umidade, o que proporciona o cultivo econômico de hortaliças, verduras e frutas
como manga, abacate e banana. Esses produtos têm boa aceitação dos
consumidores, por serem geralmente livres de agrotóxicos e químicos em geral.
O povoado fica próximo a Serra da
jacobina numa área conhecida mundialmente como “Complexo Máfico/Ultramáfico
Campo Formoso”. O complexo encerra as mais
importantes mineralizações de cromo conhecidas no Brasil.
No local ocorre um microclima com variações que vão
do subúmido a seco, com os totais pluviométricos atingindo até 900 mm. As
chuvas concentram-se no inverno, que são bastante frios. A vegetação em
alguns trechos é exuberante, composta de espécies da caatinga semi-árida e da
flora serrana. A tipologia vegetal predominante é a caatinga arbustivo-arbórea
com características da Floresta estacional, predominando a caatinga arbórea. A
maior parte desta foi suprimida dando lugar às atividades agrárias e de
mineração.
O solo possue boas condições físicas para o
desenvolvimento de plantas, o que facilita a atividade agrícola baseada na
produção de feijão, milho e mandioca. A Serra da
Jacobina que margeia a comunidade possui formações rochosas que formam escarpas
abruptas e vales profundos que são cortados por córregos e riachos alimentados
dos afloramentos do lençol freático.
A comunidade de Lage dos Negros está
localizada a 96 km da cidade de Campo Formoso, precisamente junto ao Rio Preto,
afluente do Rio Pacui. Lage dos Negros passou a condição de distrito pela lei
nº 1, de 17-02-2003. Possui uma população com mais de 2.045 habitantes na sede
do Distrito, conformes dados do IBGE 2010. A maior parte desta população
é composta por pessoas extremamente carentes, cuja renda familiar é acrescida
por recursos advindos de programas assistenciais do governo federal, pensões e
aposentadorias.
É uma comunidade quilombola fundada em
meados do século XIX por um ex-escravo negro
de nome Luiz José dos Santos, conhecido como Luisinho, que conseguiu
comprar uma terra de um Senhor de engenho, denominado Misael Fagundes, morador
da localidade de Gameleira.
Muitos negros descendentes de antigos
escravos vieram morar nesse local, passando a se chamar Lage dos Negros. É
provável que nome da localidade venha do sobrenome de alguns dos fundadores da
comunidade, tais como Maria LAGE esposa de Luiz Manoel, fundador da
comunidade.
As famílias negras ocupam o local há
mais de 150 anos. Ao longo destes, muitos moradores de Lage dos Negros
venderam seus lotes para pessoas de fora da região. As transações deram origem
a conflitos, tendo como motivo a demarcação das terras, muitas vezes agravados
pela ausência de titulação.
A base da economia local é a
agropecuária, destacando-se a agricultura e a criação de caprinos. A atividade
produtiva principal de Lage dos Negros é a agricultura de sequeiro, com o plantio
de mandioca, onde é produzida muita farinha. Outras culturas presentes são feijão, milho,
sisal e mamona.
A comercialização da fibra de sisal é
feita sem o beneficiamento, resultando em baixa rentabilidade, e é preciso
registrar que essa cultura provoca muitas mutilações nos produtores
rurais. As mulheres trabalham com a palha do licuri, planta nativa da
região, produzindo chapéus, vassouras e esteiras, a fim de garantir uma renda
mínima para sua sobrevivência. A continuidade desta atividade é importante para
a manutenção dos licurizeiros, os quais estão sendo eliminados com os
constantes desmatamentos.
A região de Lage dos Negros é
contemplada com uma riqueza natural expressiva: muitas serras, com vários
minérios e cavernas que constituem um sítio de grande valor científico mundial.
Na região encontram-se as cavernas da Toca da
Barriguda, a Toca do Calor de Cima, a Toca do Pitu, a Toca do Morrinho e a Toca da Boa Vista, considerada a maior caverna
do Brasil e do hemisfério sul.
Tais riquezas poderão fazer de Laje dos Negros um importante centro de turismo
do município de Campo Formoso e região.
Laje dos Negros situa-se no Noroeste
(NW) da cidade de Campo Formoso nos domínios da unidade geomorfológica dos
planaltos cársticos da Chapada Diamantina na região semi-árida do nordeste
brasileiro. A precipitação média anual no local atinge 490 mm. A vegetação é de
caatinga e o solo é raso, em muitos locais recobertos por uma camada de seixos
residuais. A área está incluída na bacia de drenagem do rio Salitre, um rio
intermitente que deságua no rio São Francisco nos arredores de Juazeiro.
A vegetação da região era exuberante e
bastante diversificada, mas os seus recursos naturais vêm sofrendo intensa
degradação há décadas, resultando no desaparecimento de grande parte da flora e
da fauna.
A região era composta por pequenos
rios, a maioria deles acabou desaparecendo, restando apenas os leitos secos.
Apenas na localidade de Gameleira encontram-se alguns trechos dos rios com
água, o único rio perene na região é o rio Pacuí, que se origina em nascentes
situadas poucos quilômetros a leste da Toca da Boa Vista.
V. Brejão da Caatinga
É um povoado próspero e bem localizado. Fundado por Manoel Joaquim e Mariano Joaquim. Eram mascates e viajavam para Itinga da serra, atual Antonio Gonçalves. Cansados da viagem procuraram um lugar fresco para descansarem, encontraram um rio cheio de tabocas e águas escuras, era o Rio Salitre, que aflora na região formando um brejo fresco e aprazível, deu-lhe o nome de Brejão da Caatinga. Mais tarde construíram suas casas naquele local, surgindo assim o povoado de Brejão da Caatinga.
É um povoado próspero e bem localizado. Fundado por Manoel Joaquim e Mariano Joaquim. Eram mascates e viajavam para Itinga da serra, atual Antonio Gonçalves. Cansados da viagem procuraram um lugar fresco para descansarem, encontraram um rio cheio de tabocas e águas escuras, era o Rio Salitre, que aflora na região formando um brejo fresco e aprazível, deu-lhe o nome de Brejão da Caatinga. Mais tarde construíram suas casas naquele local, surgindo assim o povoado de Brejão da Caatinga.
Na manhã de 4 de julho de 1929,
Lampião e seu bando assassinaram cinco militares em Brejão da Caatinga: o
cabo Antônio Militão da Silva e os soldados Pedro Santana, Cecílio Benedito,
Manoel Luís de França e Leocádio Francisco da Silva, ambos partiram de
Senhor do Bonfim numa diligencia policial à procura de criminosos que haviam
fugido da cadeia pública de Senhor do Bonfim. Após a chacina, os militares
foram enterrados numa vala comum a um quilômetro do povoado, dois dias após um
comando volante desenterrou os corpos transladando os mesmos para o cemitério
de Campo Formoso.
De acordo com dados do IBGE, em 2010, o
povoado tinha 1.318 habitantes. A povoação situa-se a 64 km da sede do
município de Campo Formoso. A agricultura é baseada nas culturas de mamona
sisal, mandioca, milho e feijão de corda. Na pecuária destaca-se a criação de
gado bovino, caprino e ovino.
A comunidade encontra-se na bacia
hidrográfica do rio Salitre. O local é cercado de belas serras azuis bem
distantes, é um vale plano com solos bem drenados que favorece a infiltração de
água, textura franco-argilosa, rasos a moderadamente profundos. São de cor roxa
e considerados os melhores solos para agricultura. A cobertura
do solo é de vegetação caatinga hiperxerófila, com ocorrência de cerrado.
Nas áreas de calcários, a
capacidade de armazenamento e circulação da água se faz por meio de canais e
fendas formados pela dissolução das rochas carbonáticas.
O Rio Salitre nasce no município de Morro do Chapéu, após entrar no município de Campo Formoso, na região de São Tomé, adentra no subsolo, tornando-se um rio subterrâneo até emergir perto de Brejão da Caatinga.
O Rio Salitre nasce no município de Morro do Chapéu, após entrar no município de Campo Formoso, na região de São Tomé, adentra no subsolo, tornando-se um rio subterrâneo até emergir perto de Brejão da Caatinga.
VI. Povoado de Pacuí
O pequeno povoado de Pacuí situa-se na margem esquerda do Rio Pacuí, afluente do Rio Salitre e subafluente do Rio São Francisco. As referências mais antigas sobre o início da povoação remontam ao século XVII, no período colonial, quando funcionavam na região fábricas de salitre. Nelas trabalhavam grande número de negros e índios sob regime de escravidão. Havia no Pacuí a Oficina Nossa Senhora da Encarnação do Rio Pacuí de propriedade da Coroa Portuguesa.
O pequeno povoado de Pacuí situa-se na margem esquerda do Rio Pacuí, afluente do Rio Salitre e subafluente do Rio São Francisco. As referências mais antigas sobre o início da povoação remontam ao século XVII, no período colonial, quando funcionavam na região fábricas de salitre. Nelas trabalhavam grande número de negros e índios sob regime de escravidão. Havia no Pacuí a Oficina Nossa Senhora da Encarnação do Rio Pacuí de propriedade da Coroa Portuguesa.
Os índios que habitavam o local
fincaram suas aldeias à margem do rio, logo depois vieram os
"brancos" para extraírem o salitre. Os primeiros habitantes da
comunidade viviam do plantio de batata-doce, cana-de-açúcar e criação de
animais. Depois vieram japoneses, atraídos pelas terras férteis e pela
abundância de água implantaram a agricultura irrigada com plantio de melão,
uvas, mangas, pinhas, tomate, cebola, pimentão, entre outros.
É provável que a origem do nome
Pacuí venha de um peixe que existiu no rio nos tempos que os índios habitavam o
local. De acordo com o Dicionário Etimológico Nova Fronteira da Língua
Portuguesa de Antonio Geraldo da Cunha, o nome Pacuí vem do tupi pa ku,
pacui, pacuy. Do tupi paku‟i pa‟ku+-i pequeno. Pacu é nome comum de vários
peixes da família dos caracídeos. O pacu, segundo é o gênero Characinus de
Artedi e o subgênero Curimata de Cuvier. Seu corpo, semelhante ao da
carpa, tem 40 a 60 centímetros de comprimento, e sua carne é apreciada, sendo o
pacu-vermelho considerado o melhor.
A economia de Pacuí, diferente do
período colonial não é mais voltada para a exploração mineral, e sim, para a
agropecuária, destacando-se a agricultura irrigada e a criação de caprinos e
ovinos. Pacuí se destaca por possuir um forte potencial para o turismo em
função de suas grutas.
Pacuí localiza-se a 92 km da cidade de
Campo Formoso, entre Lage dos Negros e Abreus. É lá onde nasce o Rio Pacuí, um
belo rio de águas claras e mornas. O local onde nasce esse rio é um bonito vale
cheio de coqueiros. É bastante conhecido e visitado por ter suas águas
totalmente cristalinas e de temperatura agradável.
Situa-se na região semiárida do
nordeste brasileiro. A precipitação média anual no local atinge 490 mm. A
vegetação é de caatinga e o solo é raso, em muitos locais recobertos por uma
camada de seixos residuais. A área está incluída na bacia de drenagem do
rio Salitre. O Rio Pacuí representa o ponto de descarga de um aqüífero
carbonático que contém várias cavernas.
A Toca da Boa Vista maior gruta do
hemisfério sul, com mais de 100 km topografados, tem sua entrada principal nas
coordenadas 10º09’45”S, 40º51’35”W, situa-se a leste de Lage dos Negros, ao
lado da estrada que liga este distrito a Pacuí. A Toca da Barriguda, com 32 km topografados,
segunda maior do Brasil (10º08’26”S, 40º51’08”W) situa-se cerca de 2 km
adiante, próxima a esta mesma estrada. A ONG CAACTUS tem realizado
em Pacuí o turismo do tipo sustentável com um projeto denominado “Guias
mirins”, numa tentativa de ajudar a preservar as grutas região.
VII. Povoado de Tuiutiba
O nome da povoação era Socotó, o qual foi mudado para Tuiutiba na segunda administração do prefeito Dr. Ulisses Gonçalves (1951 – 1955). Segundo a tradição Tuiutiba provém do nome de uma índia muito bonita que fazia parte de uma aldeia indígena desta região. Acredita-se que o nome Socotó seja de uma tribo que viveu na região. Manoel Félix, Alexandre e Manoel Curandeiro construíram as primeiras casas do povoado.
O nome da povoação era Socotó, o qual foi mudado para Tuiutiba na segunda administração do prefeito Dr. Ulisses Gonçalves (1951 – 1955). Segundo a tradição Tuiutiba provém do nome de uma índia muito bonita que fazia parte de uma aldeia indígena desta região. Acredita-se que o nome Socotó seja de uma tribo que viveu na região. Manoel Félix, Alexandre e Manoel Curandeiro construíram as primeiras casas do povoado.
De acordo com dados do IBGE, em 2010, Tuiutiba
possuía uma população de 1.584 habitantes. Seus moradores sobrevivem graças à
agricultura, pecuária e ao comércio. A comunidade localiza-se numa área de
grotas com um microclima peculiar, a grande umidade do clima local proporciona
a produção de frutas como manga, abacate e banana.
Em 1983 foi descoberta a mina de
esmeraldas na Fazenda Piabas. O garimpo do Socotó é uma área de produção de
esmeralda bruta lapidável. A lavra é subterrânea. São desenvolvidos poços
verticais profundos, de onde partem galerias ou grunas, que são estreitas e
irregulares, horizontais ou inclinadas, seguindo a rocha mineralizada. O
desmonte é feito com a utilização de explosivos. O transporte do material até a
superfície é feito com caçambas de borracha, alçadas por sarilhos manuais ou
guinchos elétricos e, em alguns serviços, já utilizam elevadores de mina. O
xisto mineralizado é conduzido aos lavadores, onde é feita manualmente a
catação das gemas. O rejeito desta operação é geralmente revolvido em busca de
esmeraldas que escaparam na seleção inicial. É um local que, se explorado de
forma correta, pode ser utilizado para atividade turística.
Tuiutiba é um povoado de terras férteis, possui abundância de água e clima
ameno com variações que vão do subúmido a seco, os índices pluviométricos podem
atingir 900 mm. As chuvas concentram-se no inverno, e são bastante
frios.
A vegetação é exuberante com árvores frondosas e
muitas matas. Nas áreas onde o relevo é mais acentuado ocorrem remanescentes de
florestas estacionais que se caracterizam por vegetação arbórea densa com
árvores de grande porte. A caatinga arbórea localiza-se na base da Serra da
Jacobina e no seu entorno. O solo, de modo geral, possue boas condições físicas
para o desenvolvimento de plantas, o que facilita a atividade agrícola baseada
na produção de feijão, milho e mandioca.
VII. Povoado de Caraíbas
Caraíbas destaca-se pela sua grande
ascensão econômica, isso se deve a intensa dedicação que seus moradores
apresentam para atividades agropecuárias, comerciais e cooperativas. As
principais atividades econômicas são a criação de bovinos, caprinos e a
apicultura. A comunidade pertence à Bacia do Rio Itapicuru. No local há vários riachos
temporários que têm suas nascentes em pequenos brejos, cacimbas e pequenas
barragens, destacando-se o Açude Caraíba. O solo de modo geral, possue boas condições
físicas para o desenvolvimento da agricultura.
A comunidade localiza-se numa área que
possui um microclima que apresenta características que variam de sub-úmido a
seco. O período mais chuvoso vai de maio a julho. O mês mais frio é julho, os
mais quentes novembro, dezembro e janeiro. A vegetação apresenta fisionomia
arbustivo-arbórea com características da Floresta estacional, predominando a
caatinga arbórea. A maior parte desta foi suprimida dando lugar às atividades
agrárias.
REFERÊNCIAS
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Acesso em: 12 de janeiro de 2012.
Vi uma reportagem sobre um povoado chamado Lagoa do Salitre, como sendo povoado de Juazeiro. Sempre pensei que fosse de Campo Formoso. Isso é verdade?
ResponderExcluirEU VI ESSE LUGAR TEM UMA CACHOEIRA CHAMADA CACHOEIRA DO SALITRE
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ResponderExcluirAki nao tem historinha de São Tomé nao?
ResponderExcluirNão sei
ResponderExcluirTem não
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