1. SANEAMENTO BÁSICO
Com o crescimento acentuado das nossas
cidades, torna-se cada vez mais importante e urgente a universalização do
saneamento básico pelos benefícios que propiciam ao desenvolvimento social,
cultural e econômico. Por isso, as políticas de saneamento devem ser
articuladas às outras políticas públicas, como: desenvolvimento urbano,
habitacional, recursos hídricos, proteção ambiental, combate a pobreza, saúde,
dentre outras. Define saneamento básico como o conjunto dos serviços,
infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água potável,
esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e manejo de
águas pluviais e drenagem urbana.
A responsabilidade pela
prestação dos serviços de saneamento básico sempre se situou na esfera
municipal - mesmo antes da Constituição Federal de 1988, que reafirmou tal
competência. No inciso XX do artigo 21, o documento determina que é da União a
competência par “Instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive
habitação, saneamento básico e transportes urbanos”. O artigo 200, inciso IV
determina que é competência do Sistema único de Saúde - SUS participar da formulação da política e da
execução das ações de saneamento básico.
Ao longo da década de 70,
o Brasil empreendeu um significativo esforço com vistas a propiciar o
abastecimento de água à população urbana. Valendo-se do mecanismo do Plano Nacional
de Saneamento (Planasa), o governo incentivou a criação de
companhias estaduais de saneamento básico (Cesb’s). Com isso grande parte dos
municípios brasileiros concedeu a prestação desses serviços às companhias
estaduais então criadas.
Em 11 de maio de 1971, a
Lei Estadual número 2.929 criou a Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. –
Embasa. A empresa nasceu com a responsabilidade de viabilizar ações previstas
pelo Plano Nacional de Saneamento – Planasa.
A Lei nº 11.445/2007
estabeleceu diretrizes nacionais para o saneamento básico. Estabelece os
princípios sob os quais os serviços de saneamento básico devem ser prestados.
Essa lei se aplica a municípios, estados, Distrito Federal e União, e também
deve ser observada por todos os prestadores de serviço. O saneamento básico é Indispensável
para a manutenção da saúde humana. A implantação dos sistemas públicos de
abastecimento de água, esgotamento sanitário e destino adequado do lixo trazem
uma rápida e sensível melhoria na saúde e condições de vida de uma população.
2. SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA - SAA
O
abastecimento de água na sede do município de Campo Formoso é realizado pela
Empresa Baiana de Água e Saneamento – EMBASA, com serviço completo de
tratamento e distribuição. A água que
abastece o sistema provém dos Rios Campo Formoso e Aipim, ambos localizados na
bacia hidrográfica do Rio Itapicuru. O Rio Campo Formoso apresenta degradação
ambiental com perda de mata ciliar. Possui em sua bacia e margens, culturas
agrícolas. Em alguns trechos existem áreas de pastagens. Como há uso de
defensivos agrícolas não estão isentos de contaminação.
De
acordo com dados obtidos no escritório da EMBASA de Campo Formoso-BA, o
tratamento da água é realizado numa estação de tratamento, através de processos
completo (auto-lavável) e filtro russo, em que as frases são: coagulação,
floculação, decantação, filtração, fluoretação, desinfecção e correção de PH.
Em termos
de água, o município de Campo Formoso é bem servido, embora tenha uma extensão
territorial bastante ampla. Nas áreas rurais água é captada ou distribuída através
dos rios e riachos que formam a rede hidrográfica municipal e em poços
artesianos implantados pela prefeitura.
Em algumas
comunidades não existe sistema de abastecimento de água, sendo utilizadas
soluções rudimentares através de latas, pequenos açudes e barramentos, poços
artesianos, cisternas e através de caminhões pipa nos períodos mais críticos. As
localidades maiores dispõem de sistema de abastecimento de água que são
abastecidos por pequenos barramentos, mas sem tratamento adequado.
Diversas
comunidades tiveram seus sistemas de abastecimento implantados pela CERB –
Companhia de Engenharia Rural da Bahia, com recursos do próprio governo e do
banco alemão KFW, são sistemas simplificados de abastecimento de água que são
gerenciadas por uma central de associações que tem a sua sede em Jacobina-BA.
3. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO - SES
3.1. Sede do município
O
esgotamento sanitário da Sede do município consiste numa rede implantada pela
Prefeitura Municipal que abrange aproximadamente 40% da cidade, nos seguintes
bairros: parte do centro da cidade, bairro Alto do Cruzeiro, Bairro Esplanada e
Bairro Vila dos Sonhos.
Em razão de
estar totalmente inserida nos domínios da serra da Jacobina, a zona urbana do
município se caracteriza por uma topografia bastante acidentada, e pela
natureza do solo, rochoso, compacto e impermeável, dificulta a implementação dos
serviços de saneamento básico
Nos bairros
mais carentes, os esgotos domésticos são conduzidos a céu aberto pelas vias
públicas, e se acumulam nas partes mais baixas e nas várzeas naturais, formando
lagoas de decantação, que se tornam pontos de reprodução e proliferação de
mosquitos e vetores de doenças infecto-contagiosas. Nos períodos
chuvosos, as águas acumuladas nas lagoas são conduzidas para os diversos
córregos e rios que formam a macro-drenagem da região, contribuindo para a
contaminação dos recursos hídricos.
Em plena
zona urbana, em área localizada atrás da feira livre municipal, existe uma
grande lagoa de decantação, denominada Lagoa da Vila dos Sonhos, que
recebe boa parte dos esgotos da cidade. Essa lagoa deságua em um córrego
existente na área urbana, que, por sua vez, é afluente do sistema hidrológico
da bacia do rio Itapicuru. Em épocas de chuvas, as enxurradas transportam toda
sorte de lixo, aumentando o volume dos depósitos do esgoto, provocando
transbordamento, trazendo sérios transtornos á população.
Não existe sistema
de tratamento de esgoto, sendo este lançado “in natura” na drenagem natural. As
soluções mais utilizadas para o esgotamento sanitário são as fossas individuais.
Nas partes mais baixas o lençol freático está há aproximadamente um metro de
profundidade sendo impossível a construção dessa fossas.
As águas
pluviais são drenadas por uma rede de pequeno calibre ou escoam livremente
pelas ruas. Em alguns bairros costumam acontecer alagamentos, especialmente no
Bairro Mutirão onde água e lama invadem as residências quando ocorrem chuvas
fortes.
3.2. Na zona rural
Na zona
rural, a maioria das localidades não possui sistema de esgotamento sanitário,
sendo os efluentes dos esgotos domésticos descartados através de soluções
individuais, predominando o uso de fossas com sumidouros ou descartados
diretamente no terreno natural, na maioria dos casos. As localidades que
receberam o sistema de abastecimento de água implantado pela CERB e banco
alemão KFW adquiriram também um sistema simplificado de esgotamento sanitário.
3.3.
Novas perspectivas
Dia 24 de
fevereiro de 2010 aconteceu uma audiência publica para apreciação do Projeto de
construção do Sistema de Saneamento Básico de Campo Formoso. O trabalho esteve
sob a direção da CODEVASF – Companhia de Desenvolvimento do Vale do São
Francisco, gestora do projeto. Uma obra que faz parte do Programa de
Revitalização do Rio São Francisco com recursos do PAC – Programa de Aceleração do
Crescimento. As obras estão paralisadas, e, o prazo previsto
para operação seria o 1º semestre 2011.
O Sistema
de Saneamento Básico de Campo Formoso, conforme o projeto original, deverá ter as seguintes características:
Ø Rede coletora: 63.302 m.
Ø Ligações domiciliares de esgoto: 5.346.
Ø Estações Elevatórias: 03 (três).
Ø Tipo de tratamento:
·
Primário: Gradeamento e Caixa de Areia.
·
Secundário: DAFA (Digestor Anaeróbico de Fluxo
Ascendente), Lagoa Facultativa e Lagoa de Maturação.
Ø Emissário: 745 m de extensão.
4. RESÍDUOS SÓLIDOS – RS
O lixo é
coletado porta a porta pela prefeitura, utilizando caminhões compactadores. Os
resíduos recolhidos são dispostos em um lixão localizado próximo a Serra do
Serrote, a 30 km da sede, denominado Mandacaru (Anexo 5). Na zona rural, em
localidades maiores há coleta semelhante à sede, nas demais os moradores
depositam o lixo em buracos no fundo dos quintais para ser queimado.
É
necessário que se faça um estudo para implantação de um aterro sanitário que
atenda todo o município para minimizar a possibilidade de impacto ambiental ao meio
físico, à biota e ao meio antrópico.
6. REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 11.445/2007. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm. Acesso em: 03
de maio de 2010.
EMBASA
– Empresa Baiana de água e Saneamento S.A. – Embasa. A Embasa
na História do Saneamento na Bahia. Disponível em: http://www.embasa.ba.gov.br/novo/AEmbasa/?Historia/Index.
Acesso em: 03
de maio de 2010.
MINISTÉRIO DAS
CIDADES. Plano de Saneamento Básico Participativo. Disponível em: http://www.cidades.gov.br/secretarias-nacionais/saneamento
ambiental/programas-e-acoes-1/planos-de-saneamento-basico/imagens
arquivos-oculs/Folder_Plan_SAB.pdf. Acesso em 03 de maio de 2010.
MORAES,
Terezinha. Saneamento Básico: Desafios e Oportunidades. Revista Básico.doc 05/02/2002. Disponível em: http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/revista/basico.pdf.
Acesso em: 03 de maio de
2010.
NERY, Tito
Cézar dos Santos. Saneamento: ação de inclusão social. Estudos avançados. vol.18 no. 50; São
Paulo Jan./Apr. 2004. Disponível em: http://www.scielo.br/scielophp?pid=S0103-40142004000100028&script=sci_arttext.
Acesso em 03 de maio de 2010.
SUERINTENDÊNCIA DE RECURSOS HÍDRICOS - SRH. Plano de Prioridade de Usos de Recursos Hídricos da Bacia do Alto e
Médio Itapicuru. Salvador: Latin Consult, 2001
Bom dia. Muito bom este blog. Estou fazendo um trabalho sobre Campo Formoso e gostaria de saber as Citações das partes referentes a estes item: Abastecimento de água, esgotamento sanitário e resíduos sólidos.
ResponderExcluirPoderia me ajudar? Obrigada.